O
livro de Tiago nos ensina algo sobre a inteligência espiritual quando fala da
oração. No capitulo 4, verso 3: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal.” Há,
portanto, um pedir bem, um saber pedir. Uma maneira inteligente de levar nossas
petições ao Pai. Uma determinada sabedoria que Tiago define no capitulo 1,
verso 5. Deus a concede a qualquer um, culto ao inculto, rico ou pobre, sábio
ou indouto. Ela é definida no capitulo 3, verso 17: “Mas a sabedoria que vem do
alto é principalmente pura, depois, pacifica, moderada, tratável, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia”.
O
assunto é tão interessante que mesmo os pensadores seculares estão preocupados
com essa sabedoria, que podemos chamar também de inteligência espiritual.
Segundo
a psicóloga e filosofa americana Danah Zohar, autora do livro Inteligência
Espiritual, lançado no Brasil, essa capacidade se caracteriza pelos seguintes
traços: capacidade de ser flexível; grau elevado de auto-conhecimento;
capacidade de enfrentar a dor; capacidade de aprender com o sofrimento;
capacidade de se inspirar em idéias e valores; relutância em causar danos aos
outros; tendência para ver conexões entre realidades distintas; tendência a se
questionar sobre suas ações e seus desejos, com perguntas como “por que agir de
tal maneira? ” ou “o que aconteceria se agisse de outra maneira?”; capacidade
de seguir as próprias idéias e ir contra as convenções.
Esse
é o ponto de partida para cultivar a inteligência espiritual em nós mesmo e em
nossos queridos. Como pais, lideres e irmãos em Cristo, cabe-nos sempre essa
preocupação. Mas será a inteligência do Espírito de Deus em nós igual à
preconizada pela autora do livro citado acima? O psicólogo batista Jailton
Menegatti diz que não e explica por quê:
A
psicóloga Danah Zohar defende a existência de um “ponto Deus” no cérebro
humano explica.
Durante
muito tempo, o mundo viveu ma verdadeira obsessão por testes para medir o
quociente de inteligência (QI), baseados na compreensão e manipulação de símbolos
matemáticos e lingüísticos. Nos anos 90, descobriu-se, no entanto, que QI
elevado não era sinônimo de sucesso. Os estudiosos levantaram uma outra
ferramenta para medir o sucesso de uma pessoa. Entrou em moda a inteligência
emocional (QE), ou seja, ter autoconhecimento, autodisciplina, persistência e
empatia, explica o psicólogo.
Agora,
o que psicólogos, filósofos e teólogos estão dizendo é que QI e QE podem trazer
crescimento profissional e financeiro, mas, para ter paz interior e alegria, o
ser humano precisa ter também inteligência espiritual. “Para a autora
norte-americana, que não se apresenta religiosa, a inteligência do espírito é a
capacidade de encontrar um propósito para a própria vida e de lidar com os
problemas existenciais que surgem em momentos de fracasso, de rompimentos e de
dor”, acrescenta Jaiton Menegatti.
A
inteligência espiritual, também chamada de QS (do inglês spiritual quocient), é
a inteligência que leva o ser humano, segundo Zohar, a criar situações novas, a
perceber, por exemplo, a necessidade de mudar de rumo, de investir mais num
projeto ou de dedicar mais tempo à família.
Na
Universidade Harvard e no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Zohar
descobriu a importância da inteligência espiritual durante seu trabalho como
professora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e como consultora de
liderança estratégica para grandes empresas como Shell, Philip Morris e Volvo.
“Eu estava falando com um grupo de executivos bem-sucedidos, e um deles, com
cerca de 30 anos, disse que tinha um alto salário, uma família legal, mas
sentia um buraco no estômago. E todos os outros fizeram um gesto com a cabeça,
concordando com ele”, contou Zohar.
Enquanto
o QI resolve primordialmente problemas de lógica, QE nos ajuda a avaliar as
situações e a reagir a elas de forma adequada, levando em conta os próprios
sentimentos e os dos outros, QS serve quando nos sétimos num impasse, quando
esfrenamos as armadilhas de velhos hábitos ou quando temos problemas co doenças
ou sofrimentos.
A
novidade, agora, é que alguns cientistas americanos estão começando a encontrar
evidencias de que o cérebro foi programado biologicamente para fazer perguntas
como: “Quem sou?”, “Por que nasci”, “O que torna a vida digna de ser vivida?”.
No inicio dos anos 90, o neuropsicólogo americano Michael Persinger e , mais
recentemente, em 1997, o neurologista Vilayany Ramachandran, da Universidade da
Califórnia, identificaram no cérebro humano um ponto chamado de “ponto Deus” ou
“módulo Deus”, que aciona a necessidade humana de buscar um sentido para a
vida.
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