Jesus, como todo hierofante, instituiu alguns rituais secretos, visando facilitar a expansão de consciência de seus discípulos. Além da menção da instituição do batismo e da eucaristia (Mt 26:26-28; Mc 14:22-25; Lc 22:14-20; Jo 6:52-59), um importante registro que temos desses rituais na Bíblia é a curta e enigmática menção do hino cantado por Jesus e seus discípulos: "Depois de terem cantado o hino, saíram para o monte das Oliveiras" (Mt 26:30 e Mc 14:26).
Esse ritual foi parcialmente preservado num documento apócrifo conhecido como Atos de João e, mais tarde, publicado como O Hino de Jesus. No rito do Hino, os discípulos aparecem num círculo, segurando as mãos uns dos outros. Jesus entoava invocações no centro da roda e seus discípulos respondiam "Amém", movendo-se em círculo.
O poder do Hino pode ser aquilatado por algumas estrofes: "Glória a Ti, Pai ! Glória a Ti, Verbo! Glória a Ti, Graça! Glória a Ti, Espírito! Glória a Ti, Sagrado Um! Glória a Tua Glória!" e o rito continuava com seu ritmo envolvente, conduzindo os participantes a elevados níveis de consciência. No Hino encontram-se declarações de caráter esotérico tal como: "E agora responde ao Meu dançar ! Veja a ti mesmo em Mim que falo; e vendo o que faço, guarda silêncio sobre os Meus Mistérios.". E uma afirmação que antecipa descobertas psicológicas de Jung nesse século: "Se tivesses sabido como sofrer, terias o poder de não sofrer. Conhece (pois) o sofrimento, e terás o poder de não sofrer."
Jesus encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dias. Então, disse Marta a Jesus: "Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido". Jesus respondeu: "Teu irmão ressuscitará". Jesus mandou então que retirassem a pedra do sepulcro e gritou em voz alta: "Lázaro, vem para fora!" O morto saiu, com os pés e mãos enfaixados e com o rosto recoberto com um sudário.
Para aqueles familiarizados com os rituais esotéricos, esse aparente milagre é a forma alegórica de descrever o ofício de um elevado rito de mistério no qual o iniciado entra em transe por três dias. Ao fim do terceiro dia, o hierofante, nesse caso Jesus, usando palavras de poder, desperta-o de seu transe. Em outra passagem, Jesus refere-se a esse profundo mistério quando diz: "Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei" (Jo 2:19).
O fato da maior parte das referências aos mistérios de Jesus encontrarem-se nos evangelhos gnósticos não significa que os padres da igreja dos primeiros séculos desconhecessem os mistérios. Alguns eram até mesmo iniciados neles. Existem inúmeras referências veladas nas epístolas de Paulo, o grande iniciado, usando a linguagem técnica dos mistérios, como por exemplo: "Como bom arquiteto, lancei o fundamento, outro constrói por cima" (1 Co 3:10); "É realmente de sabedoria que falamos entre os perfeitos, sabedoria que não é deste mundo nem dos príncipes deste mundo, votados à destruição. Ensinamos a sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que Deus, antes dos séculos, de antemão destinou para a nossa glória" (1 Co 2:6-7).
Alguns discípulos de Valentino, na segunda metade do século II, diziam ter recebido dele os ensinamentos secretos de Paulo, os "mistérios profundos" que o apóstolo ministrava somente a uns poucos discípulos escolhidos, em segredo. Vale mencionar que, dentre os tópicos da "sabedoria de Deus, misteriosa e oculta," de que fala Paulo, encontram-se ensinamentos sobre a reencarnação. Esse era um conceito corrente, aceito por boa parte dos povos da época de Jesus, em especial pelos essênios, grupo a que Jesus pertencia. A Cabala, o ensinamento esotérico dos judeus, que Jesus dominava, pressupõe o conceito de mudança ou movimento da alma de um veículo para outro. É interessante notar que os fariseus aceitavam a reencarnação de uma forma curiosa, ou seja, que os justos voltavam à Terra assumindo outros corpos, para se aproximarem cada vez mais da perfeição, enquanto os iníquos não tinham a mesma oportunidade. O conceito de reencarnação era aceito entre os primeiros cristãos, até ser decretado em concílio como um conceito herético. Nesse sentido, diz-nos o bispo Leadbeater da Igreja Católica Liberal:
"Jerônimo fala da crença na passagem da alma de um corpo a outro como presente no início do cristianismo. Orígenes, o maior de todos os padres da Igreja, sustentava-a forte e claramente, e é significativo que afirmasse não tê-la tomado de Platão, mas que ela lhe fora ensinada por São Clemente de Alexandria que, por sua vez, aprendeu-a de Panteno, um discípulo de homens apostólicos. Assim, temos uma afirmação clara de que a doutrina da reencarnação veio dos próprios apóstolos. Era um dos Mistérios da Igreja primitiva ensinado somente àqueles que eram dignos, que tinham ingressado no círculo interno de sua organização e haviam comprovado ser membros bons e confiáveis, aptos a receber em confiança os ensinamentos internos."
Com relação aos sacramentos é dito no Evangelho de Felipe que Jesus instituiu cinco e não sete sacramentos: "O Senhor fez tudo num mistério, um batismo, uma crisma, uma eucaristia, uma redenção e uma câmara nupcial." A igreja romana manteve a mesma conotação iniciática para os três primeiros sacramentos em seus rituais. Assim, os sacramentos ministrados pela Igreja: batismo, crisma e eucaristia, ainda hoje, conferem certo grau de expansão de consciência a todos aqueles que os recebem no estado de espírito apropriado.
Os dois últimos sacramentos, no entanto, foram totalmente desvirtuados. O sacramento da redenção, conhecido na igreja primitiva como apolytrosis, a última etapa preparatória para o sacramento supremo da câmara nupcial, foi transformado na penitência, mais conhecida dos católicos como confissão. O significado original desse sacramento era a redenção da alma, quando o iniciado morria para o mundo e ressurgia liberto de todas as correntes de apego, inclusive da noção de um eu separado. A "ressurreição de Lázaro", mencionada anteriormente, parece ser uma alegoria desse sacramento.
No sacramento da câmara nupcial, os discípulos avançados alcançavam a iluminação quando a alma devidamente purificada, referida como virgem, unia-se ao supremo esposo, o Cristo interior. Esse sacramento, mencionado claramente na literatura gnóstica, especialmente no Evangelho de Felipe, também é referido na Bíblia, de forma mais velada, na parábola do banquete nupcial (Mt 22:1-14) e na parábola das dez virgens (Mt 25:1-13). Esse sacramento também pode ser conferido internamente, como parece ocorrer com os místicos que alcançam as alturas espirituais. Jan van Ruysbroeck, um dos maiores místicos católicos, escreveu, no século XIV, em Adornos do Casamento Espiritual, que Cristo é nosso noivo e Ele nos convida a vir a Ele.
A igreja transformou esse elevado sacramento esotérico na cerimônia externa do matrimônio. Assim, as palavras de Jesus: "o que ligares na terra será ligado nos céus" (Mt 16:19), que se referia ao ritual esotérico de união em consciência da alma com o Espírito, foram usadas de forma indevida para o ritual exotérico da união matrimonial, criando um sofrimento desnecessário a milhões de casais, ao longo dos séculos, pois, quando se separavam, eram perseguidos pelo sentimento de culpa de estarem infringindo uma lei divina.
Os cinco sacramentos internos de Jesus apresentam um estreito paralelo com os cinco estágios da vida mística e com as cinco grandes iniciações. Os discípulos só recebiam os sacramentos depois de um extenso trabalho preparatório, pois um sacramento eqüivale a um aporte energético de alta voltagem, que só podia ser recebido com segurança quando os veículos do postulante estivessem devidamente purificados.
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Esse ritual foi parcialmente preservado num documento apócrifo conhecido como Atos de João e, mais tarde, publicado como O Hino de Jesus. No rito do Hino, os discípulos aparecem num círculo, segurando as mãos uns dos outros. Jesus entoava invocações no centro da roda e seus discípulos respondiam "Amém", movendo-se em círculo.
O poder do Hino pode ser aquilatado por algumas estrofes: "Glória a Ti, Pai ! Glória a Ti, Verbo! Glória a Ti, Graça! Glória a Ti, Espírito! Glória a Ti, Sagrado Um! Glória a Tua Glória!" e o rito continuava com seu ritmo envolvente, conduzindo os participantes a elevados níveis de consciência. No Hino encontram-se declarações de caráter esotérico tal como: "E agora responde ao Meu dançar ! Veja a ti mesmo em Mim que falo; e vendo o que faço, guarda silêncio sobre os Meus Mistérios.". E uma afirmação que antecipa descobertas psicológicas de Jung nesse século: "Se tivesses sabido como sofrer, terias o poder de não sofrer. Conhece (pois) o sofrimento, e terás o poder de não sofrer."
Jesus encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dias. Então, disse Marta a Jesus: "Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido". Jesus respondeu: "Teu irmão ressuscitará". Jesus mandou então que retirassem a pedra do sepulcro e gritou em voz alta: "Lázaro, vem para fora!" O morto saiu, com os pés e mãos enfaixados e com o rosto recoberto com um sudário.
Para aqueles familiarizados com os rituais esotéricos, esse aparente milagre é a forma alegórica de descrever o ofício de um elevado rito de mistério no qual o iniciado entra em transe por três dias. Ao fim do terceiro dia, o hierofante, nesse caso Jesus, usando palavras de poder, desperta-o de seu transe. Em outra passagem, Jesus refere-se a esse profundo mistério quando diz: "Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei" (Jo 2:19).
O fato da maior parte das referências aos mistérios de Jesus encontrarem-se nos evangelhos gnósticos não significa que os padres da igreja dos primeiros séculos desconhecessem os mistérios. Alguns eram até mesmo iniciados neles. Existem inúmeras referências veladas nas epístolas de Paulo, o grande iniciado, usando a linguagem técnica dos mistérios, como por exemplo: "Como bom arquiteto, lancei o fundamento, outro constrói por cima" (1 Co 3:10); "É realmente de sabedoria que falamos entre os perfeitos, sabedoria que não é deste mundo nem dos príncipes deste mundo, votados à destruição. Ensinamos a sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que Deus, antes dos séculos, de antemão destinou para a nossa glória" (1 Co 2:6-7).
Alguns discípulos de Valentino, na segunda metade do século II, diziam ter recebido dele os ensinamentos secretos de Paulo, os "mistérios profundos" que o apóstolo ministrava somente a uns poucos discípulos escolhidos, em segredo. Vale mencionar que, dentre os tópicos da "sabedoria de Deus, misteriosa e oculta," de que fala Paulo, encontram-se ensinamentos sobre a reencarnação. Esse era um conceito corrente, aceito por boa parte dos povos da época de Jesus, em especial pelos essênios, grupo a que Jesus pertencia. A Cabala, o ensinamento esotérico dos judeus, que Jesus dominava, pressupõe o conceito de mudança ou movimento da alma de um veículo para outro. É interessante notar que os fariseus aceitavam a reencarnação de uma forma curiosa, ou seja, que os justos voltavam à Terra assumindo outros corpos, para se aproximarem cada vez mais da perfeição, enquanto os iníquos não tinham a mesma oportunidade. O conceito de reencarnação era aceito entre os primeiros cristãos, até ser decretado em concílio como um conceito herético. Nesse sentido, diz-nos o bispo Leadbeater da Igreja Católica Liberal:
"Jerônimo fala da crença na passagem da alma de um corpo a outro como presente no início do cristianismo. Orígenes, o maior de todos os padres da Igreja, sustentava-a forte e claramente, e é significativo que afirmasse não tê-la tomado de Platão, mas que ela lhe fora ensinada por São Clemente de Alexandria que, por sua vez, aprendeu-a de Panteno, um discípulo de homens apostólicos. Assim, temos uma afirmação clara de que a doutrina da reencarnação veio dos próprios apóstolos. Era um dos Mistérios da Igreja primitiva ensinado somente àqueles que eram dignos, que tinham ingressado no círculo interno de sua organização e haviam comprovado ser membros bons e confiáveis, aptos a receber em confiança os ensinamentos internos."
Com relação aos sacramentos é dito no Evangelho de Felipe que Jesus instituiu cinco e não sete sacramentos: "O Senhor fez tudo num mistério, um batismo, uma crisma, uma eucaristia, uma redenção e uma câmara nupcial." A igreja romana manteve a mesma conotação iniciática para os três primeiros sacramentos em seus rituais. Assim, os sacramentos ministrados pela Igreja: batismo, crisma e eucaristia, ainda hoje, conferem certo grau de expansão de consciência a todos aqueles que os recebem no estado de espírito apropriado.
Os dois últimos sacramentos, no entanto, foram totalmente desvirtuados. O sacramento da redenção, conhecido na igreja primitiva como apolytrosis, a última etapa preparatória para o sacramento supremo da câmara nupcial, foi transformado na penitência, mais conhecida dos católicos como confissão. O significado original desse sacramento era a redenção da alma, quando o iniciado morria para o mundo e ressurgia liberto de todas as correntes de apego, inclusive da noção de um eu separado. A "ressurreição de Lázaro", mencionada anteriormente, parece ser uma alegoria desse sacramento.
No sacramento da câmara nupcial, os discípulos avançados alcançavam a iluminação quando a alma devidamente purificada, referida como virgem, unia-se ao supremo esposo, o Cristo interior. Esse sacramento, mencionado claramente na literatura gnóstica, especialmente no Evangelho de Felipe, também é referido na Bíblia, de forma mais velada, na parábola do banquete nupcial (Mt 22:1-14) e na parábola das dez virgens (Mt 25:1-13). Esse sacramento também pode ser conferido internamente, como parece ocorrer com os místicos que alcançam as alturas espirituais. Jan van Ruysbroeck, um dos maiores místicos católicos, escreveu, no século XIV, em Adornos do Casamento Espiritual, que Cristo é nosso noivo e Ele nos convida a vir a Ele.
A igreja transformou esse elevado sacramento esotérico na cerimônia externa do matrimônio. Assim, as palavras de Jesus: "o que ligares na terra será ligado nos céus" (Mt 16:19), que se referia ao ritual esotérico de união em consciência da alma com o Espírito, foram usadas de forma indevida para o ritual exotérico da união matrimonial, criando um sofrimento desnecessário a milhões de casais, ao longo dos séculos, pois, quando se separavam, eram perseguidos pelo sentimento de culpa de estarem infringindo uma lei divina.
Os cinco sacramentos internos de Jesus apresentam um estreito paralelo com os cinco estágios da vida mística e com as cinco grandes iniciações. Os discípulos só recebiam os sacramentos depois de um extenso trabalho preparatório, pois um sacramento eqüivale a um aporte energético de alta voltagem, que só podia ser recebido com segurança quando os veículos do postulante estivessem devidamente purificados.
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