segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

ÚLTIMAS MENSAGENS POSTADAS 01 01 2018

HIERARQUIA PLEROMA

 
O Gnosticismo ensina que o mundo é controlado por Arcontes, dentre os quais está, segundo algumas versões do Gnosticismo,a divindade do Antigo Testamento, que mantém cativos alguns aspectos humanos, acidentalmente ou de propósito.
 
O Pleroma celeste é a totalidade de tudo o que é considerado pela nossa compreensão como "divino". O Pleroma é muitas vezes referido como sendo a luz que existe "acima" do nosso mundo, ocupado por seres espirituais que se emanaram do Pleroma. Estes seres são descritos como Aeons (seres eternos) e, algumas vezes, como Arcontes.
 
Jesus é interpretado como um Aeon intermediário que foi enviado, juntamente com a sua contraparte Sophia (gnosticismo), do Pleroma. Com a ajuda deles, a humanidade seria capaz de recuperar o conhecimento perdido de suas origens divinas e assim recuperar a unidade com o Pleroma. O termo é, portanto, um elemento central da cosmologia religiosa Gnóstica.
 
Textos Gnósticos enxergam o Pleroma como aspectos de Deus, o eterno Princípio Divino, que só pode ser parcialmente compreendido através do Pleroma. A cada Aeon (aspecto de Deus) é dado um nome (às vezes vários) e uma contraparte feminina (o Gnosticismo enxerga a divindade e a plenitude em termos da unificação masculino / feminino - veja Sizígia).
 
Pleroma também é utilizado na língua grega em geral e pela Igreja Ortodoxa Grega, pois aparece na Epístola aos Colossenses. Proponentes da visão de que Paulo seria de fato um gnóstico, como Elaine Pagels da Universidade de Princeton, entendem que a referência na Epístola como algo a ser interpretado no sentido gnóstico.
 
 
Carl Jung utilizou a palavra no trabalho não publicado de 1916, Sete Sermões aos Mortos, que finalmente foi publicado em Resposta a Jó (1952) e depois num apêndice da segunda edição de sua autobiografia, Memórias, Sonhos, Reflexões (1962). De acordo com Jung, Pleroma é "ao mesmo tempo o tudo e o nada. É infrutífero pensar sobre o Pleroma. Nisto, tanto pensar quanto ser cessam, pois o eterno e o infinito não possuem atributos.

Neoplatonismo e Gnosticismo
John M. Dillon, no seu "Pleroma and Noetic Cosmos: A Comparative Study" (sem tradução em português) declara que o Gnosticismo importou o seu conceito de "reino ideal" ou Pleroma do conceito platônico de Cosmos  em Timeu e o conceito de Cosmos Noético de Fílon de Alexandria em contraste com o Cosmos estético. Para chegar nesta conclusão, ele contrasta o Cosmos Noético com passagens da Biblioteca de Nag Hammadi, onde os Aeons são expressados como pensamentos de Deus. Dillon afirma que o Pleroma é uma adaptação de idéias gregas, pois antes de Fílon não há nenhuma tradição judaica que aceite que o mundo material (ou Cosmos) foi baseado num mundo ideal que também existe..
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Pleroma

HIERARQUIA AEON

Éon, eão, eon ou ainda aeon do grego αιών (aión), na mitologia gnóstica, são entidades emanadas de Deus, geralmente em pares, ou sizígias e que existem no Pleroma. Seus nomes frequentemente denotam atributos mentais ou espirituais como Pistis (fé), Sophia ou Protenoia (previsão), ou ainda conceitos importantes do gnosticismo como o anthropos (homem) ou pneuma (esprito). O éon mais comum na mitologia gnóstica é Sophia. Frequentemente um éon está envolvido na criação da humanidade conferindo espírito aos seres humanos.
O termo éon foi apropriado por gnósticos heréticos para designar a série de poderes espirituais evoluídos por emanação progressiva do Ser Eterno, e que constituem o mundo espiritual Pleroma ou O invisível, como distinto do Kenoma, ou mundo material e visível. A palavra aeon (Aion), significando "idade", "o sempre-existente", "eternidade", passou a ser aplicada para o eterno poder divino e os atributos personificados desse poder, de onde ele foi estendido para designar as emanações sucessivas da divindade que os gnósticos concebiam como intermediários necessários entre o espiritual e os mundos materiais. O conceito gnóstico da aeon pode ser atribuído à influência de uma filosofia que postula uma divindade incapaz de qualquer contato com o mundo material e o desejo de conciliar essa filosofia com a noção cristã de uma interferência direta de Deus nas coisas do mundo material, e, particularmente, na criação e na redenção do homem.

Em diferentes sistemas gnósticos a hierarquia dos Aeons foi diversamente elaborada. Mas em todas são reconhecíveis uma mistura de elementos platônicos, mitológicos e cristãos. Há sempre o Æon primitivo e perfeito, o manancial de divindade e um co-eterno Æon companheiro. Destes emanam um segundo par, que, por sua vez, geram outros, geralmente em sizígias, ou em grupos de pares, em consonância com a ideia egípcia de casais divinos. Depois segue-se a realização do universo material.

O Æon Cristo restauraria a harmonia no mundo dos Æon, curando a doença no mundo material em consequência da catástrofe na ordem ideal, dando ao homem o conhecimento que irá resgatá-lo do domínio da matéria. O número de Æons varia de acordo com diferentes sistemas, sendo determinados em alguns a partir de ideias de Pitágoras e Platão sobre a eficácia mística dos números, em outros sistemas são épocas. Os Æons receberam nomes e cada sistema gnóstico tem o seu próprio catálogo, sugerido por terminologia cristã, Oriental, filosófica ou mitológica. Havia quase tantas hierarquias indefinidas como havia sistemas gnósticos, mas o mais elaborado destes, tanto quanto se sabe, foi a de Valentim, cuja fusão do cristianismo e platonismo é tão completamente descrita na refutação desse sistema por São Irineu e Tertuliano.

Valentim assumiu como o início de todas as coisas, o Ser Primal ou Bythos, que depois de séculos de silêncio e contemplação, deu origem a outros seres por um processo de emanação. A primeira série de seres, são os Aeons e eram trinta em número, representando quinze sizígias (ou pares) sexualmente complementares. Uma forma comum é descrito abaixo:
 
O escrito de Tertuliano chamado Contra os valentinianos dá uma seqüência ligeiramente diferente. Os oito primeiros desses Aeons, correspondendo a um através de quatro gerações a seguir, são referidos como Ogdóade.

Ptolomeu e Colarbasianos
De acordo com Ireneu de Lyon, os gnósticos seguidores de Ptolomeu e Colarbaso teve Aeons que diferem dos de Valentino. O Logos é criado quando Anthropos (homem) aprende a falar. Os quatro primeiros são chamados de Tetrad e os oito são chamados Ogdóade.
 
 

JESUS CRISTO AEON


 
Dentro dessa estrutura básica entra a idéia de Jesus como Redentor dos abrigados na materialidade. Ele vem como um descendente do reino espiritual com uma mensagem de auto redenção.

O corpo de literatura gnóstica, que é mais amplo do que os textos de Nag Hammadi, apresenta vários pontos de vista desta figura Redentor.

O Cristo vem dos níveis mais elevados de seres intermediários (os chamados “aeons”, emanações da “Região da Luz”), não como alguém que veio se sacrificar na cruz para nos redimir dos pecados, mas como um revelador que veio sob a forma física de Jesus e para nos ensinar o caminho da gnose que nos faria relembrar o caminho de volta ao Pleroma.

Jesus desceu de um nível mais elevado para ser um catalisador, para inflamar a “gnosis” latente. Ele teria vindo para nos relembrar que dentro de cada um de nós estaria uma verdade esquecida.

Cristo teria feito parte de uma cadeia de iluminados, aeons: Set, Enoch, Nicoteo, Noé, Sem, Abrahão, Zoroastro, Buda etc. Todos eles teriam tido a missão de nos mostrar que as nossas percepções condicionadas pelas experiências distorcidas nesse cosmos físico criaram uma prisão da essência espiritual no homem (a “centelha”).

gnose.blogspot.com/2012/12/o-conhecimento-secreto-do-cristo-de-nag.html

MANUSCRITOS DO MAR MORTO ESTÃO ONLINE [VÍDEOS]

 
Um dos maiores descobrimentos arqueológicos do século XX agora está disponível online pelo Google em parceria com o Museu de Israel, Jerusalém.

Os manuscritos do Mar Morto constituem a mais antiga evidência da Bíblia Hebráica existente e data de 3 séculos antes de Cristo até o primeiro século após Cristo. Para saber mais sobre o projeto Manuscritos do Mar Morto / Dead Sea Scrolls Online clique aqui.

“Os Manuscritos do Mar Morto ajudam até certo ponto a compreender o contexto da vida judaica no tempo em que Jesus pregava e fornecem informações comparativas para o estudo do hebraico antigo e do texto da Bíblia. Mas o texto de muitos dos Rolos do Mar Morto ainda exige uma análise mais profunda.”, segundo texto do Wikipedia sobre os Manuscritos do Mar Morto.
 
The Dead Sea Scrolls Online

Os Manuscritos do Mar Morto estão expostos em Jerusalém, Israel no Museu de Israel numa espaço concebido para alojá-los. Veja aqui o site do Museu de Israel para saber mais.

Reuters sobre os Manuscritos do Mar Morto Online:
Dead Sea Scrolls to go online Video Reuters
 
CNN sobre os Manuscritos do Mar Morto
Dead Sea Scrolls Available To The World
 
 

MANUSCRITOS DO MAR MORTO CAVERNA REVELA SEGREDOS




 
Na década de 1940, foram encontradas onze cavernas na Cisjordânia que são consideradas uma das maiores descobertas arqueológicas do século 20. Isso porque, dentro delas, estavam pergaminhos que continham os trechos mais antigos já vistos da Bíblia, contemporâneos da época em que Jesus viveu. Agora, arqueólogos acreditam que encontraram uma 12ª caverna.

Os Manuscritos do Mar Morto são documentos religiosos escritos por uma seita judaica, os essênios. Eles viviam perto desse mar extremamente salgado e tinham um templo e uma rotina rígida que lembrava a dos monastérios. A comunidade foi destruída pelos romanos, mas os essênios tiveram tempo de pegar suas cópias das escrituras, colocá-las em jarros e escondê-las nas cavernas. Foi só em 1947 que a primeira caverna foi encontrada, por acidente, por pastores beduínos.

Na mesma região, chamada de Qumran, uma nova escavação agora revelou mais uma caverna, descoberta exatamente 70 anos depois da primeira. O diretor da escavação, Oren Gutfeld, da Universidade Hebraica, tem certeza de que esta caverna faz parte do mesmo grupo das 11 do Mar Morto e que ela também foi utilizada pelos essênios.

A gruta estava cheia de jarros e tampas feitos especialmente para guardar escritos. O problema é que os jarros estavam todos quebrados e seu conteúdo, removido. Por enquanto, os pesquisadores só encontraram um único pedaço de pergaminho que, à primeira vista, parece estar em branco.

Os pesquisadores encontraram também cabeças de machado bem mais modernas, de 1950, bem na época que as primeiras cavernas estavam sendo escavadas. Essa descoberta seria a comprovação de um teoria antiga: de que nômades beduínos saquearam o sítio arqueológico na época das primeiras escavações e levaram os textos.
Foi mais ou menos assim, inclusive, que os primeiros manuscritos chegaram ao conhecimento da ciência: os beduínos que encontraram a primeira caverna venderam os textos sem saber de seu valor. Os papéis não receberam atenção da comunidade religiosa até pararem nas mãos de um bispo cristão.

A gruta recém-descoberta não é a única Caverna do Mar Morto a não conter pergaminhos. Foi o caso da chamada Caverna 8, que também foi encontrada com jarros quebrados e sem papéis. Foi nessa escavação que surgiram as primeiras hipóteses de que os textos teriam sido roubados.

Na candidata à Caverna 12, foram encontradas, além dos jarros e tampas, pedaços de tecido e couro usados para embalar e prender os rolos de pergaminho. Mas não foi só material dos essênios que os arqueólogos encontraram: cerâmicas, lâminas de pedra e pontas de flecha indicam que a caverna começou a ser usada por humanos muito tempo antes, durante a Idade do Cobre e no Neolítico.
O fragmento de pergaminho e seu respectivo jarro estão sendo investigados para descobrir se contêm alguma inscrição que foi perdida com o tempo. Para os pesquisadores, porém, o mais importante é que a descoberta de uma nova caverna pode indicar que os selênios deixaram ainda mais segredos espalhados por aí – trazendo a esperança de que a arqueologia pode revelar ainda mais manuscritos inéditos.


MANUSCRITOS DO MAR MORTO AINDA GUARDAM MISTÉRIOS 70 ANOS DEPOIS

Em 1947, dois beduínos árabes, percorrendo a região montanhosa e árida de Hirbet Qumran, no deserto da Judeia, a 12 quilômetros ao sul de Jericó, em Israel, entraram numa das várias cavernas do lugar e ali se depararam com vasos longos cilíndricos, que continham manuscritos muito antigos, alguns em estado fragmentário. Um desses documentos – identificado mais tarde – era uma cópia do livro bíblico de Isaías produzida entre 125 e 100 antes de Cristo.
 Qumran, a noroeste do Mar Morto: em 11 cavernas da região, foram encontrados
930 manuscritos antigos – Foto: Donostiako Elizbarrutia via Flickr – CC

O achado dos beduínos representou a maior conquista  da arqueologia do século 20. Atraídos pela descoberta inicial, pesquisadores vasculharam a área, localizada na região noroeste do Mar Morto, e – ao longo de nove anos, entre 1947 e 1956 – trouxeram à luz 930 manuscritos que estavam guardados em 11 cavernas de Qumran. Desse total, 210 reproduzem livros da Bíblia hebraica – que os cristãos chamam de Antigo Testamento -, principalmente os Salmos (36 cópias), o Deuteronômio (32) e o Gênesis (23). Entre os manuscritos não bíblicos estavam o Manual de Disciplina ou Regra da Comunidade, que descreve as práticas e rituais da seita que produziu os manuscritos, os Hinos de Ações de Graças e o Documento de Damasco, outro texto que retrata o cotidiano da seita. Escritos em sua maior parte em hebraico – mas também em aramaico e em grego -, os documentos foram datados de entre 250 antes de Cristo e 68 depois de Cristo.
Fragmentos de um dos pergaminhos do livro de Isaías
Foto: Petra Sonderegger via Flickr – CC


Setenta anos depois da façanha involuntária dos dois beduínos, pesquisadores de várias partes do mundo ainda discutem o significado da descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, como ficaram mundialmente conhecidos os textos encontrados nas cavernas de Qumran. No Brasil, o debate foi enriquecido com o lançamento, em setembro, do livro Manuscritos do Mar Morto – 70 Anos da Descoberta, organizado por Fernando Mattiolli Vieira e publicado pela Editora Humanitas, ligada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Capa do livro Manuscritos do Mar Morto – 70 Anos da

Com 220 páginas, o livro traz seis artigos de especialistas do Brasil e do exterior sobre diferentes aspectos dos manuscritos – desde uma introdução geral aos documentos de Qumran e a produção bibliográfica brasileira sobre o tema até uma análise da vida da mulher na seita que produziu os textos. No final, a obra apresenta ainda um apêndice com os títulos das matérias sobre os Manuscritos do Mar Morto publicadas entre 1956 e 2017 nos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo. “Os assuntos encontrados neste livro estão entre os mais importantes já discutidos em nível mundial”, escreve na introdução o organizador Fernando Vieira, que é doutor em História pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e professor da Universidade de Pernambuco.

 Atualmente, os manuscritos encontrados em Qumran estão guardados no Santuário do Livro, uma ala do Museu de Israel, em Jerusalém. Boa parte deles foi publicada entre 1955 e 2009 pela Oxford University Press, na série Discoveries in the Judean Desert.

Até hoje há divergências em torno da identidade da comunidade de Qumran, informa o pesquisador Edson de Faria Francisco, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), no artigo “Manuscritos de Qumran: Introdução Geral”, publicado em Manuscritos do Mar Morto. Para uma parcela considerável dos pesquisadores, esse grupo poderia ser identificado com os essênios, um dos vários ramos do judaísmo que floresceram entre o século 2 antes de Cristo e os primeiros séculos da era cristã – entre eles, os fariseus, os saduceus e os zelotes. Escritores antigos como Fílon de Alexandria, Flávio Josefo e Plínio, o Velho citam esse grupo, mas não há consenso entre os especialistas sobre as informações fornecidas por eles, afirma Francisco. “A identificação da comunidade de Qumran com os essênios continua em aberto até o presente momento.”

Escavações nas cavernas de Qumran trouxeram à luz fragmentos materiais que reconstituem aspectos da vida da comunidade que produziu os Manuscritos do Mar Morto – Foto: Reprodução

Apesar das dúvidas, a “hipótese essênia” tem resistido ao tempo e continua a ser a interpretação que mais bem explica as evidências, segundo o pesquisador Dennis Mizzi, da Universidade de Malta, que assina o artigo “Qumran aos Setenta”, também publicado no livro lançado pela Editora Humanitas. “É muito improvável que novos dados venham a minar seriamente essa interpretação – o que não quer dizer que ela é perfeita ou que não há espaço para modificações ou refinamentos.”


Réplica dos vasos onde foram guardados os manuscritos – Foto: Reprodução

As incertezas não se limitam à identidade do grupo que legou os manuscritos. Em seu artigo, Mizzi cita várias outras questões que ainda constituem enigmas. “Setenta anos depois, o trabalho mal começou”, escreve. Por exemplo, há dúvidas sobre a cronologia e o uso dos edifícios construídos a partir do século 8 antes de Cristo no topo do platô que dá vista para a costa noroeste do Mar Morto – que a princípio não foram associados aos manuscritos -, hoje em ruínas. Existem teorias que consideram Qumran não apenas um mero assentamento sectário essênio, mas um espaço de culto ou um centro de purificação ritual ou até mesmo um centro de produção de pergaminhos para a composição de manuscritos.

O tamanho da população em Qumran também é motivo de disputa. Dependendo da teoria adotada, o lugar pode ter abrigado entre dez e cem pessoas. Há dúvidas se essa população vivia no assentamento ou nas cavernas. Mizzi elenca ainda outros mistérios: “Quando os manuscritos chegaram em Qumram? Quem os levou para lá? Por que foram depositados em cavernas e quando exatamente? Qumran era uma ‘biblioteca’? Todos os manuscritos foram usados (ou lidos) no assentamento? Alguns vieram de outros ‘assentamentos sectários’ relacionados? Essas são algumas das questões não resolvidas, e o trabalho futuro da arqueologia dos manuscritos poderá clarear alguns deles.”

Para Mizzi, as investigações sobre os Manuscritos do Mar Morto deveriam estar mais integradas com a pesquisa em Antiguidade clássica, e não ficar restritas aos campos do judaísmo antigo e dos estudos bíblicos, como ocorre atualmente. “Qumran era, essencialmente, parte do mundo mediterrâneo”, destaca o pesquisador. “Nesse sentido, é também um sítio clássico e, por isso, sua interpretação deveria ser contextualizada por tal base.”

Em sua maior parte escritos em hebraico, os documentos foram datados de entre 250 antes de Cristo e 68 depois de Cristo  – Foto: Israel Tourism via Flickr – CC

O artigo sobre a vida da mulher na comunidade de Qumran é de autoria da pesquisadora Clarisse Ferreira da Silva, pós-doutora pela USP, uma das maiores especialistas brasileiras nos Manuscritos do Mar Morto. Analisando o Documento de Damasco, Clarisse notou traços do cotidiano das mulheres naquela comunidade. Segundo ela, a mulher permanecia sob a autoridade de seu pai até o dia de seu casamento. “Ao pai cabia assegurar a ela um noivo adequado e ao mesmo tempo não esconder seus defeitos ao potencial marido, assim evitando uma maldição e talvez também um divórcio”, escreve Clarisse. “Ela, aparentemente, não tinha qualquer papel no processo dos arranjos do casamento. Homens, por sua vez, tinham a possibilidade, ou a obrigação talvez, de procurar o líder comunal para o mesmo fim. Uma vez casados, as mulheres transitavam da autoridade do pai para a do marido. Poligamia era interditada, mas não o divórcio ou o segundo casamento. Também não era obrigatório casar apenas com mulheres provindas de famílias vinculadas à seita.”

Outros artigos publicados em Os Manuscritos do Mar Morto são “Demonologia e teodiceia na apocalíptica judaica e em Qumran”, de César Carbullanca Núñez, da Universidade Católica de Maule, no Chile, e “Ler a Bíblia hebraica aos 70 anos do descobrimento dos Manuscritos do Mar Morto”, de Florentino García Martínez, da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica.

Os Manuscritos do Mar Morto – 70 Anos da Descoberta
Fernando Mattiolli Vieira (organizador)
Editora Humanitas

jornal.usp.br/.../manuscritos-do-mar-morto-ainda-guardam-misterios-70-anos-depois/

JESUS CRISTO CONHECIMENTO SECRETO DOS MANUSCRITOS NAG HAMMADI

 
A descoberta e as posteriores traduções da chamada “biblioteca de Nag Hammadi” no Egito trouxeram uma nova luz sobre os ensinamentos de Cristo. O foco comum dado pelas religiões na morte-ressurreição de Cristo e no plano ético e devocional da sua passagem pela Terra esconderia a sua principal missão: a de trazer o conhecimento secreto que nos faça ter a consciência de que estamos perdidos e longe de casa, e o caminho de volta já está dentro de nós. Cabe a nós relembrarmos.
 
“O pensamento aguarda que, um dia, a lembrança do que foi perdido venha despertá-lo e o transforme em ensinamento” (Theodor Adorno)
 
O Gnosticismo em geral, e os evangelhos apócrifos descobertos em Nag Hammadi no Egito em 1945 (conjunto de antigos pergaminhos composto pelos evangelhos que revelariam a natureza do antigo cristianismo e as interpretações místicas de Cristo feitas pelos gnósticos) em particular, apresentam um espectro de crenças cujo núcleo central filosófico é bem discernível, aquilo que Kurt Rudolph chama de “mito central”: o Gnosticismo nos ensina que algo está desesperadamente errado com o universo. Dessa forma os escritos gnósticos tentaram delinear os meios de explicar essa falha cósmica e corrigir a situação.
 Os 13 manuscritos descobertos em Nag Hammadino Egito em 1945:
evangelhos com interpretaçõesbem diferentes do Cristo bíblico
 
gnose.blogspot.com/2012/12/o-conhecimento-secreto-do-cristo-de-nag.html

 

CÓDIGOS DOS MANUSCRITOS NAG HAMMADI

 
Além dos Evangelhos (ensinamentos atribuídos a Jesus Cristo através de seus apóstolos) outros textos compõem o legado de Nag Hammadi, de cunho teológico e filosófico.

NAG HAMMADI – Pequena localidade no Alto Egito, onde em 1945, o camponês Muhammad Ali as-Salmman, encontrou um grande pote vermelho de cerâmica, contendo 13 livros de papiro encadernados em couro. No total descobriram cinquenta e dois textos naquele sítio.

Na primeira análise, para surpresa do Dr. Quispel, a primeira linha traduzida do copta foi: “Essas são as palavras secretas que Jesus, O Vivo, proferiu, e que seu gêmeo, Judas Tomé, anotou”.

Os manuscritos, hoje conhecidos como Evangelhos Gnósticos, ou Apócrifos (Apocryphom, literalmente livro secreto), revelam ensinamentos, apresentados segundo perpectivas bastante diversas daquelas dos Evagelhos Oficiais da Igreja Romana; como por exemplo este trecho atribuído a Jesus, o Vivo: “Se manifestarem aquilo que têm em si, isso que manifestarem os salvará. Se não manifestarem o que têm em si, isso que não manifestarem os destruirá”.

Os papiros encontrados em Nag Hammadi, tinham cerca de 1.500 anos, e eram traduções em copta de manuscritos ainda mais antigos feitos em grego e nas línguas do Novo Testamento, como constatou-se, ao verificar que parte destes manuscritos tinham sido encontrados em outros locais, como por exemplo alguns fragmentos do chamado Evangelho de Tomé. As datas dos textos originais estão estimadas entre os anos 50 e 180, pois em 180, Irineu o bispo ortodoxo de Lyon, declarou que os hereges “dizem possuir mais evangelhos do que os que realmente existem”.

Acredita-se que os manuscritos foram enterrados por volta do século 4, quando na época da conversão do imperador Constantino, os bispos católicos passaram ao poder e desencadearam uma campanha contra as “heresias”. Então, algum monge do mosteiro de São Pacômio, nas cercanias de Nag Hammadi, tomou os livros proibidos e os escondeu no pote de barro, onde permaneceram enterrados por 1.600 anos!

Códigos de Nag-Hammadi (Catalogados em Inglês)

Codex I.
1.The Prayer of the Apostle Paul.
2.The Apocryphon of James.
3.The Gospel of Truth.
4.The Treatise on the Ressurrection.
5.The Triparite Tractate.


II.
1.The Apocryphon of John.
2.The Gospel of Thomas.
3.The Gospel of Philip.
4.The Hypostasis of the Archons.
5.On the Origin of the world.
6. The Exegesis on the soul.
7.The Book of Thomas the contender.


III.
1.The Apocryphon of John.
2. The Gospel of the Egyptians.
3.Eugnostos the Blessed.
4.The Sophia of Jesus Christ.
5. The Dialogue of the Saviour.


IV.
1.The Apocryphon of John.
2. The Gospel of the Egyptians.


V.
1.Eugnostos the Blessed.
2.The Apocalypse of Paul.
3.The first apocalypse of James.
4.The second apocalypse of James.
5.The Apocalypse of Adam.


VI.
1.The Acts of Peter and the twelve apostles.
2.Thunder, Perfect mind.
3.Authoritative Teaching.
4.Concept of our great Power.
5.Plato`s Republic 588a-589b.
6.Discourse on the eight and the ninth.
7.The Prayer of thanksgiving.
7a. Scribal Note.
8. Asclepius 21-29.


VII.
1.The Paraphrase of Shem.
2.The Second treatise of the Great Seth.
3.The Apocalypse of Peter.
4.The Teachings of Silvanus.
5.The Three Steles of Seth.


VIII.
1.Zostrianos.
2.The Letter of Peter to Philip.


IX.
1.Melchizedek
2.The Thought of Norea.
3.The Testimony of Truth.


X.
1.Marsanes.


XI.
1.The Interpretation of Knowledge.
2.An Valentinian Exposition.
2a.On the Anointing..
2b.On the Baptism A.
2c.On the Baptism B.
2d.On the Eucharist A.
2e. On the Eucharist B.
3.Allogenes.
4.Hypsiphrone.


XII.

1.The Sentences of the Sextus.
2.The Gospel of Truth.
3.Fragments


XIII.
1.Trimorphic Protennoia.
2.On the Origin of the world.
 
www.gnosisonline.org › Teologia Gnóstica
 

MUHAMMAD ALI AL-SAMMAN DESCOBRIOU OS MANUSCRITOS DE NAG HAMMADI

 
Biblioteca de Nag Hammadi é uma coleção de textos gnósticos do cristianismo primitivo (período que vai da fundação até o Primeiro Concílio de Niceia em 325 d.C.) descoberta na região do Alto Egito, perto da cidade de Nag Hammadi em 1945.
 
Naquele ano, um camponês local chamado Mohammed Ali Samman encontrou uma jarra selada enterrada que continha treze códices de papiro embrulhados em couro.
 
Os códices contêm textos sobre cinquenta e dois tratados majoritariamente gnósticos, além de incluírem também três trabalhos pertencentes à Corpus Hermeticum e tradução/alteração parcial da A República de Platão.
 
Na introdução de sua obra The Nag Hammadi Library in English, James M. Robinson sugere que estes códices podem ter pertencido ao monastério de São Pacômio localizado nas redondezas e tenham sido enterrados após o bispo Atanásio de Alexandria ter condenado o uso não crítico de versões não canônicas dos testamentos em sua Carta Festiva de 367 d.C.,  após o Concílio de Niceia, por monges que teriam tomado os livros proibidos e os escondido em potes de barro na base de um penhasco chamado Djebel El-Tarif.[4] Ali ficaram esquecidos e protegidos por mais de 1500 anos.

Os textos nos códices estão escritos em copta, embora todos os trabalhos sejam traduções do grego.[5]
O mais conhecido trabalho é provavelmente o Evangelho de Tomé, cujo único texto completo está na Biblioteca de Nag Hammadi.
Atualmente, todos os códices estão preservados no Museu Copta no Cairo, Egito.
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_de_Nag_Hammadi